Você fez um empréstimo achando que seria a solução para seus problemas, mas agora percebe que as parcelas estão altas demais e o valor final do contrato não faz sentido? Pode ser que você esteja pagando juros abusivos, ou seja, acima do que é permitido ou justo segundo o mercado e a legislação.
A boa notícia é que é possível retirar esses juros abusivos do contrato sem precisar entrar com um processo na Justiça e sem gastar com advogado, desde que você siga os passos certos.
Neste artigo, você vai entender o que são juros abusivos, como identificá-los no seu contrato de empréstimo e como agir para tentar resolver o problema de forma amigável e gratuita.
O que são juros abusivos?
Juros abusivos são aqueles cobrados em contratos de empréstimo (ou financiamento) com valores muito acima da média do mercado, de forma desproporcional ao risco da operação e, muitas vezes, sem a devida transparência para o consumidor.
A legislação brasileira não fixa um teto único para os juros, mas determina que os contratos devem respeitar o princípio do equilíbrio e da boa-fé. Além disso, o Banco Central divulga mensalmente a taxa média de juros praticada pelas instituições financeiras. Se a taxa do seu contrato estiver muito acima dessa média e não houver justificativa razoável, ela pode ser considerada abusiva.
Como saber se meu contrato tem juros abusivos?
Você pode começar verificando algumas informações básicas do seu contrato:
Taxa de juros mensal e anual
Valor total financiado e valor total a pagar
Quantidade e valor das parcelas
Informações sobre o Custo Efetivo Total (CET)
Compare a taxa de juros do seu contrato com a média divulgada pelo Banco Central (disponível no site oficial). Se estiver muito acima, vale a pena investigar melhor.
Além disso, fique atento a cobranças indevidas como:
Taxa de abertura de crédito
Tarifas escondidas
Seguros obrigatórios que você não solicitou
Como remover os juros abusivos sem ir à Justiça?
1. Solicite uma análise contratual gratuita
Hoje em dia, existem empresas sérias que fazem uma análise do seu contrato de forma gratuita. Esses especialistas identificam se há cobranças ilegais, simulações equivocadas ou cláusulas abusivas. Você não paga nada por isso e tem uma base segura para tomar decisões.
2. Use a análise para negociar diretamente com a instituição financeira
Com um laudo técnico em mãos, você pode entrar em contato com o banco ou financeira e solicitar uma renegociação. Apresente os dados da análise e deixe claro que você está ciente de seus direitos. Mostre que já sabe o quanto pagou a mais e proponha condições justas para quitar ou revisar o contrato.
Muitas instituições preferem negociar de forma amigável a enfrentar uma ação judicial ou reclamações em órgãos de defesa do consumidor.
3. Registre uma reclamação no Procon ou no Banco Central
Se o banco ou financeira se recusar a negociar, você pode recorrer ao Procon da sua cidade ou registrar uma reclamação no site do Banco Central (www.bcb.gov.br). Esses órgãos costumam pressionar as instituições a resolverem o problema sem precisar de ação judicial.
4. Use plataformas de mediação
Existem plataformas como o Consumidor.gov.br, onde você pode fazer uma queixa e negociar com a empresa diretamente pela internet. O processo é gratuito e muitas vezes resolve a questão rapidamente.
O que fazer se nada disso funcionar?
Se mesmo com todos esses esforços você não conseguir retirar os juros abusivos do contrato, ainda assim você não precisa gastar de imediato com processo judicial. Existem empresas especializadas em ações revisionais que trabalham com pagamento somente ao final do processo, ou que oferecem condições acessíveis.
O importante é você não desistir do seu direito. Se a cobrança for abusiva, a Justiça tende a favorecer o consumidor que está sendo lesado.
Conclusão
Você não precisa aceitar calado uma dívida injusta. Nem sempre é necessário entrar na Justiça para resolver o problema. Com a informação certa, uma boa análise contratual e os canais corretos de negociação, é possível retirar juros abusivos do seu contrato de empréstimo sem gastar um centavo com advogado ou processo.
Se desconfia que está pagando mais do que deveria, busque orientação e tome uma atitude. Seu dinheiro merece respeito — e seus direitos também.